Você já assistiu a algum episódio da série (pérola) Batman e Robin dos anos 60? Se não assistiu, deveria no mínimo assistir a uma aventura inteira, e eu duvido que não tenha curiosidade de assistir até o fim, só pela primeira cena seja de qual for o episódio.
É lógico, no sentido de lógica racional e obviedade, que esta maravilha do audiovisual atende a regras e demandas do seu próprio tempo. Aqui nós não vamos encontrar um Batman super tecnológico… Quero dizer, um spray anti-tubarão, o restaurador de morcegos tridimensional, ou um Bat-escudo dobrável que você pode guardar no bolso, devem ser considerados tecnologia de ponta?
Qual outro Batman é tão carismático quanto o de Adam West? Ben Affleck, músculos para quê? Uma barriguinha a mais nunca foi problema na luta contra o crime, muito menos ficar doidão em uma festa hippie chic. Há coisa mais humana?
A voz não se compara à de Christian Bale, mas temos algumas afetações de Sherlock Holmes para aguçar o tão comentado (e essencial) lado detetive do personagem. Também não há um Batman gótico como o de Tim Burton e Michael Keaton, mas quem é que precisa quando a proposta é puro LSD?
Psicologicamente o personagem não é tão complexo quanto o Batman de The Batman, e eu pergunto: para quê uma psique profunda e amarga (estrelada por Robert Pattinson e dirigida por Matt Reeves) quando a série dos anos 60 esbanja cores e carisma. Sim! Adam West é um Batman Hipponga.
Inevitável, a participação do jovem Robin como pupilo do morcegão mestre da moral e bom humor, traz mais dinâmica à dupla. Este aprendiz é quase a imagem do irmão mais novo, ou do filho que admira a figura paterna, em toda a ingenuidade e seriedade de um adolescente que quer se provar útil.
E com certeza este é o ponto principal desta versão do Cavaleiro das Trevas (que é quase um Cavaleiro do Arco-Íris). O Batman de Adam West é ingênuo e representa acima de tudo o poder da imaginação e da fantasia. Retrata a juventude de um momento (anos 60) precursor da arte e cultura contemporânea.
É um show que em momento algum se leva a sério, pelo contrário, é o entretenimento pelo puro entretenimento, e dados os recursos do momento histórico em que foi produzido, devemos dizer que foi realizado com absoluta maestria, já que continua funcionando bem até hoje.
É por estes e outros motivos, que eu lhes afirmo com certeza: O Batman de Adam West pode ser eleito o melhor Batman. Mas, não precisa ser levado muito a sério! Este morcegão foi criado mesmo para a gente rir, e acima de tudo mergulhar na inocência, na imaginação e na fantasia que tanto necessitamos para desenvolver a tolerância que este mundo precisa.
Autor: Guilherme Paiffer Pelodan